segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Que tudo se ilumine nos anos que irão nascer

Nessa época do ano todo mundo pensa em fazer pedidos, promessas e traçar metas para o próximo ano. Eu também pensei sobre isso. Pensei em prometer que praticaria algum exercício físico, que faria uma viagem no final do ano (e farei!), que acordaria mais cedo...Mas tudo isso, embora seja importante, não é primordial.

O que eu quero pra 2013, 2014 e todos os anos seguintes é clareza. Quanto mais velho fico, mais percebo o quão difícil é fazer escolhas, planejar, abrir mão de coisas e enxergar a nossa verdade. O meu maior pedido é esse...Que meu caminho se ilumine e, independente das dificuldades que surgirem, ele seja claro o suficiente pra eu saber que estou no caminho certo.

2012 foi um ano positivo pra mim. Embora não tenha encontrado a clareza que procuro, andei por diversos caminhos e experimentei diversas coisas. Cresci. E precisava fazer exatamente o que fiz, para crescer. Parei de me preocupar com o tempo em que as coisas devem acontecer, nosso tempo é infinito, principalmente para realizar nossos sonhos.

Nenhum tempo é desperdiçado e nenhuma experiência é inútil. Tudo o que nós vivemos é maravilhoso, pois permite um crescimento e mostra que, de fato, estamos vivendo e não somos meros zumbis em um mundo de máscaras. Não adianta ter a verdade em nossa frente se não conseguimos enxerga-la. Clareza é meu pedido para 2013, acompanhada de muito amor das pessoas que amo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O mesmo destino por outros caminhos

Cresci observando minha irmã sofrer por causa de namorados. Gritava ao telefone, chorava ao escutar músicas, ficava o dia todo dentro do quarto e, mesmo com pouca idade, eu já sabia a razão pela qual ela estava daquela forma e tinha aquelas atitudes. Conforme o tempo foi passando, amadureci e passei a compreende-la, mas sempre com um pé atrás. Eu não queria estar no lugar dela, nem de qualquer outra pessoa que se sujeitasse a uma tristeza profunda por causa de outra pessoa, ou de um relacionamento que terminou.

Cresci. Cresci e me vi na mesma posição que a minha irmã. Talvez com atitudes demonstradas de formas diferentes, mas com uma tristeza similar; a tristeza de não ter quem se ama por perto, a tristeza do fim. Mas por que eu? Por que eu, que sempre me achei tão esperto e prometia pra mim mesmo que nunca chegaria ao fundo do poço com algo assim? Não tenho resposta alguma pra essas perguntas...A gente apenas sente e faz.

Já escrevi aqui que sei que tenho pouca idade, pouca experiência e blablabla, mas eu já chorei. Já quis morrer, já quis ligar, ir atrás, largar tudo, já quis cavar o poço pra chegar mais a fundo ainda dentro dele. E agora eu não quero mais nada disso. Não se trata de não percorrer o caminho e evitar qualquer aproximação com outra pessoa, se trata de ter cautela e não se deslumbrar com o primeiro gesto de afeto que surgir.

Todos nós nascemos pra sermos amados, mas é preciso separar uma coisa da outra. Em outras palavras, não é porque alguém é bacana e te diz coisas incríveis, que esse alguém é "a" pessoa da sua vida. A pessoa da sua vida não precisa fazer nada extraordinário pra te prender e quando ela surgir, não haverá falta de tempo, não haverá diferença, não haverá impecilho algum. Não haverá impecilho algum maior que vocês dois e o que vocês construirão juntos.

Por isso, eu decido. Decido percorrer todos os caminhos que surgirem, mas sem deslumbre, sem apressar o passo. Quando eu entrar na estrada certa, terei certeza disso e pronto. Porque todos nós somos mais e não deixaremos nenhum aleatório levar uma parte de nossa alma consigo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mataram meus amores

Sempre acreditei no amor. No amor de verdade, aquele amor que nos complementa, nos move, aquele amor que simplesmente chega. Sempre acreditei no amor que dura até a eternidade e que, enquanto está vivo, nos mantém vivos e ainda que pareça piegas, no amor fiel. Acontece que o discurso que escuto por aí é totalmente diferente da realidade amorosa que imagino existir.

Já escutei de muitas pessoas que não existe isso de "amar apenas uma pessoa e não se relacionar sexualmente com outras" e que o amor da forma que eu o enxergo é um amor idealizado, que não existe na vida real. Eu entendo que as experiências que nós temos nos levam a acreditar em determinadas verdades, ou cria-las, mas, me recuso a acreditar que esse amor, que o amor da forma que eu vejo, não existe.

Todos nós queremos escapar da solidão e isso é um fato. Ficar sozinho por algum tempo pode parecer divertido e curioso, mas depois de um determinado tempo se torna desesperador. Ninguém nasceu pra ser sozinho porque todos nós temos tanto amor dentro de nós que seria egoísmo não partilha-lo com outras pessoas...Ainda que existam várias formas de amor. Mas aquele amor direcionado a uma pessoa, aquela que você se dedica, que você move mundos, que você perde qualquer racionalidade, que te faz sorrir apenas por viver e ter a oportunidade de compartilhar a vida com alguém amado. Esse amor nos mantém de pé.

Sei que tenho pouca idade, poucas experiências, pouca aprendizagem e tantas outras poucas coisas, mas me recuso a me desiludir do amor da forma que o vejo agora. Não falo de perfeição, falo de verdades. E o amor é a maior verdade que existe. Que ele não morra, que a nossa esperança de amar, não morra jamais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pra sempre

 
 
Todos os dias, em tudo o que eu faça. É curioso como sempre encontro um pedaço de você em todas as coisas da minha vida (ou do que sobrou dela). E sinto vontade de voltar no tempo e falar um milhão de vezes mais o quão importante você é pra mim e o que sua presença causou na minha vida. Sinto saudades e, confesso que pensei que não fosse doer tanto...Mas me enganei.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Lugar inóspito

E a pior das sensações toma conta de mim nesse momento: a apatia. Eu sempre acreditei que é melhor estar com raiva e brigar com meio mundo era melhor do que não sentir nada, não preocupar-se com nada e estar apático. Eis que me encontro nesse estado de profunda agonia.

A vida tem vários momentos e pra passar por todos eles de forma vitoriosa (e isso independe do resultado final) é preciso força, coragem, determinação...Enfim, todas essas posturas que, ainda que não nos levem ao resultado desejado, nos fazem encarar a batalha e sair com algum aprendizado dela. A apatia é algo que impossibilita tudo isso, impossibilita qualquer passo.

Sempre fui uma pessoa de possibilidade e o fato de vislumbrar vários caminhos sempre me fez bem. Se um não desse certo; não faz mal: existem outros milhões de caminhos que podem dar. Nesse caso, nesse momento, além de não enxergar caminho algum, não enxergo também nenhuma possibilidade de felicidade em nenhum dos supostos caminhos que eu venha a imaginar.

 Em momentos assim a gente precisa se agarrar na miníma força que aparecer, tentar enxergar a luz, por menor que ela seja em qualquer lugar que ela apareça. É essa luz pequena, é essa força quase inexistente que nos transportará para um futuro que pode ser maravilhoso. Do contrário, ficaremos sempre a margem da agonia, da solidão, da tristeza...Ficaremos sempre a margem do nada.

sábado, 24 de novembro de 2012

Trilha das falsas-verdades

Amanhã é o dia. O dia no qual eu me enganei durante quase um ano, acreditando que seria o dia mais importante da minha vida, quando na realidade não passa nem perto disso. Sim, o vestibular é amanhã, depois de longos, cansativos e reflexivos meses. E agora parece não ter mais sentido nenhum pra mim. Talvez faça pro Rafael que eu fingi ser durante esse ano, mas que na verdade nunca foi eu.

Desde pequeno eu queria ser ator e sempre me imaginei fazendo isso pelo resto da minha vida, esse era o meu ideal de felicidade: viver de arte, não importa o preço que eu tenha que pagar pra ter isso. o que sempre ficou claro na minha cabeça é que eu queria fazer algo que me trouxesse mais que felicidade, eu queria fazer algo que me motivasse a sair todos os dias da cama pela manhã e me fizesse amar a vida.

Talvez eu seja um grande covarde por seguir esse caminho. Não me considero criança e sei que mais do que ninguém, eu sou responsável pelas minhas próprias decisões e cabe a mim lidar e conviver com elas, mas nesse caso me dá uma pena, uma angústia e vários questionamentos, porque eu realmente não sei como eu pude desistir (ainda que por agora) do sonho da minha VIDA. Não sei mesmo...

Eu sempre admirei todas as pessoas que lutam e correm atrás dos sonhos, independente da consequência, do risco ou da incerteza. E sempre pensei que eu fosse ser uma dessas pessoas...Mas não esou sendo. Eu estou seguindo exatamente aquilo que eu pensei que não fosse seguir, eu estou seguindo o obvio. O que eu peço e espero de mim agora é acordar, acordar e voltar a ser eu mesmo enquanto há tempo.

sábado, 6 de outubro de 2012

Por esse ponto de vista

Olhando a vida por esse ponto de vista, nada mais faria sentido. Nenhuma felicidade seria tão plena quanto aquela, daqueles tempos que só existem na memória. Olhando a vida por esse ponto de vista, não haveria mais motivo para lutar porque, no final das contas eu nunca conseguiria alcançar aquela mesma felicidade daqueles mesmos tempos que só existem na memória.

É um sentimento ambíguo. Sim, olhando a felicidade, olhando as tentativas, as pessoas...Olhando para o mundo desse ponto de vista, nada mais faria sentido. Tudo é uma questão de escolha, passar os dias olhando pra trás também é. Talvez uma escolha involuntária, saudosista, mas ainda é uma escolha. Uma escolha por viver menos e recordar mais
.
Não sei se isso gera algo de positivo, acho que não. Certo, as lembranças boas são válidas e merecem serem preservadas e terem um espaço especial dentro da nossa mente, dentro do nosso coração, mas não a ponto de impedir que o nosso presente seja maravilhoso como ele deve ser.  O que eu queria, de verdade era poder voltar ao menos por alguns instantes ao passado e sentir novamente aquela felicidade.
Olhando a vida por esse ponto de vista...O presente não valeria a pena e o futuro sequer existiria. Mas eu me recuso a fazer isso agora.

 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Contínuo

Entre uma conversa fiada sobre um tema disperso qualquer
Um sorriso, uma risada
Confiança!
Perceber que reciprocidade existe
E que a caminhada é tão importante quanto o destino
Dizer que foi feliz não é necessário
A felicidade e o aprendizado são construídos todos os dias
Com sonhos, esperanças renovadas, com felicidade
E a gratidão por ter aparecido
Gratidão ao destino!
E a você, por permanecer
 
:)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Na saudade do presente

Não escrevo para você apenas hoje, da mesma forma como não é apenas nesse dia em que é comemorado seu aniversário que eu me lembro de você. Penso em você todos os dias e, em todos esses pensamentos que às vezes são dispersos, perdidos e inventados, penso coisas boas.

É complicado falar de quem a gente gosta. Porque da mesma forma que quando estamos felizes vivemos, quando gostamos de alguém sentimos. E eu sinto tantas, tantas coisas por você que seria injusto se as enumerasse em um post de blog. Mas você não precisa saber de muitas coisas, na realidade. Basta saber que sua presença, sua amizade faz (no presente, no futuro...) com que todos aqueles que a têm pessoas muito mais felizes. E precisa saber que é muito amado, Irmão.

Não vou estender muito esse post. Não vou te pedir as milhões de desculpas que acredito que devo a você, não vou mais reviver um passado que se tornou distante...A única coisa que farei e que sempre faço questão de fazer é deixar claro o quão importante a sua presença é na minha vida, apesar de todos os erros cometidos. Todas as saudades, todo o apreço, toda a amizade, toda a felicidade do mundo pra você, Irmão. Feliz aniversário.


"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos."

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Retorno

Que a nossa vida seja sempre verdadeira. Verdadeira conosco, verdadeira com o mundo. O resto? O resto nós corremos atrás e tudo se encaixa.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Antes mesmo da razão

Estranho como diariamente nos arrependemos de escolhas erradas, palavras que não deveriam ser ditas para pessoas que não mereciam escuta-las, atitudes que, certamente não tomariamos em outro momento, com outro pensamento, com outro tempo. E pior, acreditamos que esses erros são cruciais e que definirão nossas vidas para sempre. Bobagem.

Todos os dias, ao acordarmos temos uma nova oportunidade, temos um mundo de oportunidades, na verdade. Um mundo de oportunidade para fazer aquilo que acreditamos ser o certo, para lutar por nossos objetivos, para corrigir os erros do passado e principalmente: um mundo de oportunidades para ser feliz. E é preciso curiosidade, é preciso sentir vontade de entrar e explorar esse mundo novo que se abre diariamente para cada um de nós.

A culpa proveniente de erros e atitudes cometidas no passado não deve ficar em inércia dentro do nosso corpo. Devemos, sim, analisar nossos erros, mas não nos culpar eternamente por eles. Afinal, todos nós fazemos aquilo que achamos que deve ser feito naquele momento. E isso não é extremamente ruim, mas é necessário ter em mente que para toda a ação, há uma reação. O problema é que essa "reação" sempre é vista como um castigo, sempre é vista como algo ruim que irá acontecer conosco em decorrência dessa atitude errada que tomamos, mas e se...E se essa reação se transformasse em gana?

De correr atrás do tempo perdido, de fazer aquilo que não foi feito porque a preguiça não deixou, de fazer aquele telefonema que o orgulho fez questão de bloquear...E nós podemos fazer tudo isso. E ir além! Mesmo que pareça ou até mesmo seja um clichê, nunca é tarde para mudar o nosso futuro, para voltar a percorrer o caminho da estrada que nos leva aonde queremos chegar...Todos os dias nascemos de novo. O que falta e o que devemos correr atrás é acreditar que isso é um presente que esse mundo nos concede diariamente.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

De mundos abstratos para a vida real

Começo esse post fazendo uma pergunta para mim mesmo: será que realmente existe uma força que rege tudo e que traça todos os caminhos antes mesmo que a gente os percorra? Será que existe realmente uma força que coloca as pessoas corretas em nosso caminho? Será que existe uma força que nos coloca em todas as situações com um propósito? Segue a dúvida permamente na minha cabeça, mas não é para isso que eu estou escrevendo esse post.
Hoje não é uma data especial para você, irmã. Na verdade, todos os dias são uma data especial para você e para todas as pessoas que te amam e obviamente eu me incluo nesse seleto grupo de pessoas que teve o privilégio e a honra de conhecer e partilhar momentos contigo. Todos os dias são especiais pra você porque você está viva e presente em todos eles, você realiza coisas, você expõe suas ideias, você....Você simplesmente vive, irmã. E não sabe como isso me alegra.
E eu tenho tanto orgulho de você, do que você foi, do que é e de tantas, tantas coisas que ainda vai ser...E acreditar em você e aplaudir em pé, mesclando com gritos de euforia; eu faço e incentivo a todos que te amam que o façam também. Porque você merece. Merece tudo o que há de melhor nesse mundo bizarro que vivemos e merece uma porção de coisas que você ainda vai criar, ainda vai descobrir.
Sei que pode parecer ridículo o que vou escrever agora, mas sempre que alguém te perguntar "Quem você é?" responda apenas "Eu"; porque sim, sendo apenas você, você conseguiu cativar, notar, emocionar, crescer e fazer outros crescerem. Conseguiu o que alguns diriam que é impossível. E por isso te agradeço tanto.
Que se a eternidade não é suficiente para que você viva tudo o que deseja, que o presente seja, então! Eu amo você, irmã. Feliz aniversário.



Eu vou dizendo
Na sequência bem clichê
Eu preciso de você (...)
Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim (...)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Desvio

Tom:  You know what sucks?  Realizing that everything you believe in is complete and utter bullshit.  Sucks!

Summer:  What do you mean?

Tom:  You know destiny and soul mates.  True love and all that childhood fairytale nonsense.  You were right.  I should have listened to you.

Summer:  No!

Tom:  Yeah!  Why are you smiling?

Summer:  Tom!

Tom:  What why are you looking at me like that for?

Summer:  Well you know I guess it’s because I was sitting in a deli and reading “Dorian Gray” and a guy comes up to me and asks me about it and now he’s my husband.

Tom:  Yeah, so!?

Summer:  So what if I had gone to the movies?  What if I had gone somewhere else for lunch?  What if I gotten there ten minutes later?  It was meant to be and I just kept thinking “Tom was right!”

Tom:  No.
 
Summer:  Yeah I did.  I did.  It just wasn’t me  you were right about.


"500 Days of Summer - Último diálogo" 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os 5 inesquecíveis

http://www.youtube.com/watch?v=udBLU0Y_G2s


Há 2 meses surgiu a vontade de construir no Paraguay pela primeira vez. Seria a construção em San Pedro, o estado mais pobre do Paraguay. Troquei alguns emails, mas ficou só na vontade, talvez não fosse o momento certo. Depois, foi a vez da Detecção Massiva, construção da casa1000, enfim, coisas com as quais eu estava tão envolvido que só pensava nelas, quando o assunto era o teto. Passado tudo isso, bateu aquela tristeza porque a próxima construção só seria em junho. Lembrei do Paraguay e fui buscar informações sobre a próxima construção de lá.

Entrei na página do facebook do teto paraguayo e descobri que haveria uma construção de 4 dias na Semana Santa. Perfeito! 4 dias, feriado de Semana Santa...Só faltava agilizar a parte burocrática (leia-se: avisar ao teto Brasil e ao teto Paraguay) e fazer as malas. Por sorte, encontrei outras pessoas que também estavam interessadas em construir por lá. Formamos um grupo, conversei com alguns paraguayos que conheci em novembro e tudo se encaminhava. Obvio, houveram algumas complicações que não valem a pena serem citadas, mas no final das contas, eu, Julia, Denis e outro Rafael fomos rumo ao Paraguay para vivenciar uma das maiores experiências de nossas vidas.

Nos encontramos no Terminal Rodoviário do Tietê na terça-feira, 3. Seria uma viagem longa, cerca de 25 horas, 25 horas de pura ansiedade e entusiasmo. O tempo parecia que não passava, queriamos muito chegar lá e enfim, quando chegamos foi a maior festa. Haviam 3 paraguayos nos esperando no terminal e ali já percebemos a receptividade. Fomos ao escritório do teto paraguayo e conheci outras pessoas, reencontrei o Adrian, um grande amigo que conheci na construção latinoamericana e conheci a Mai, uma das argentinas mais queridas que tive a oportunidade de encontrar.

Saindo de lá, fomos ao envio e eu não acreditava que aquilo estava acontecendo, era surreal. Conversamos bastante com as outras pessoas que estavam ali, tiramos muitas, muuitas fotos e aguardamos para seguir a nossas comunidades. Cada brasileiro estava em uma escola diferente, então era cada um por si, a partir de então. Senti um pouco de medo, mas logo passou. Não conversei muito no ônibus, estava pensando em tantas coisas e em nada ao mesmo tempo, já que era tudo novo demais pra mim. Chegamos na escola, descarregamos nossas malas e comecei a me aproximar das pessoas, conversar com elas e finalmente arriscar meu espanhol.

A primeira pessoa que me aproximei foi a Nadia, que me ajudou com o celular, pois há algumas horas que eu não me comunicava com os meus pais. Nos apresentamos e fomos dormir para o primeiro dia de trabalho. Acordei estranho, não havia dormido bem, mas entendi, pois era a primeira noite. Tomamos café-da-manhã, separamo-nos em equipes e seguimos rumo aos asentamientos, que são muito diferentes das favelas brasileiras. Chegando lá, conheci Dona Carmen e Senhor Agustín, os donos da casa que estavamos construindo. Ambos nos trataram como filhos, cozinharam pra nós, me fizeram chá para o estômago, ajudaram a construir a casa...São pessoas que eu nunca vou esquecer.

A inaguração da casa foi linda, meus líderes pediram que eu falassem algumas coisas em português e eu soltei a voz, estava muito feliz por tudo o que estava acontecendo. Tenho certeza que ambos serão muito felizes juntos na sua nova casa, no seu novo lar. E que chova!
Voltamos para a escola e no dia seguinte tudo começaria outra vez. Nova família, nova casa e as energias deveriam estar renovadas. Acordamos cedo e seguimos outra vez para o asentamiento. Conheci as crianças mais fofas (chulinas) do mundo! Eram carinhosos, inteligentes e queriam muito nos ajudar, além disso, adoravam tirar fotos. Cada vez que o cansaço batia, olhava para as crianças e juntava mais forças para seguir trabalhando.

Quando terminamos a casa as crianças fizeram a maior festa do mundo com as bexigas que colocamos lá, com os pirulitos e tudo. Estavam muito felizes, junto com os demais integrantes da família. Nunca vou esquecer da história de superação do Sr. Rafael e do amor que ele demonstrava pela família. Foram duas histórias de duas famílias que me marcaram muito e ficarão guardadas na minha memória pelo resto da vida.

Terminadas as casas, me bateu uma tristeza muito forte. O que eu mais temia havia acontecido: acabou. Lembrei de tudo, desde o momento em que decidi ir ao Paraguay construir, até quando cheguei lá, das noites de interação junto com paraguayos, argentinos, alemães...E que noites eram aquelas! Ríamos, cantavamos, conversavamos, dançavamos...Era uma festa que começava todas as noites e que ninguém ficava de fora. Percebi que não haviam fronteiras linguísticas quando todos se reunem para fazer o bem.

Depois de tudo, voltamos para Asuncion e no dia seguinte passeamos pela cidade junto com a Nadia que foi MUITO paciente e nos explicou tudo, nos levou a vários lugares diferentes. Mudei a imagem que eu tinha do Paraguay e devo dizer que criei uma paixão platônica pelo país. A noite, encontrei a Mai, o Marcos e um outro J.E em uma lomiteria e depois fomos pra uma sorveteria aproveitar nossas últimas horas ali. Novamente senti vontade de chorar porque tudo estava acabando, mas não o fiz. Fiquei até duas horas da manhã jogando kung fu panda em um dos momentos mais divertidos de toda a viagem. Pela manhã nos despedimos.

Chovia. Parecia que eram minhas lágrimas que tanto segurei que finalmente estavam caindo do céu. Agora, quando recordo toda a experiência me sinto abençoado por ter tido a oportunidade de vivência-la. Foram os 5 dias mais intensos da minha vida, voltei de lá acreditando mais em mim, com mais coragem para encarar os desafios que vem pela frente e com uma certeza que eu já suspeitava: independente de onde nascemos e o idioma que falamos, somos todos latinoamericanos e todos temos algo em comum. Sou muito grato por tudo que vivi e por todas as pessoas que conheci. Todas, todas elas ficarão guardadas na minha memória e, logo, logo, logo vamos nos encontrar de novo. Muito obrigado por tudo e até julho, amigos.


Pasé por tantos caminos
Y miré tantas calles, tanta gente
Tuvé miedo, pero siempre
Siempre tuvo nuevas esperanzas todos los dias
Me cansé, pensé en llorar
Pero no hizo
Una sonrisa, la mas sincera del mundo
Pasó por mi rostro
Después, me di cuenta de una cosa
Me di cuenta de que la magia no se termina cuando las luces se apagan
Porque lo que hacen las luces es dormir
Para vólver a nos alumbrar mas fuerte despúes


http://www.youtube.com/watch?v=ImKODXtNK4g


terça-feira, 3 de abril de 2012

A maior coisa que eu já fiz na minha vida

Ainda que eu apague esse post depois, preciso expressar aqui o que estou sentindo nesse momento. Daqui há algumas horas estarei dentro de um ônibus rumo a Assunção, Paraguay. E não é para fazer compras, é para passar 4 dias junto com outros voluntários construindo casas emergênciais.
Estou tão ansioso, com tantas expectativas...Estou com medo, com euforia, com VÁRIAS coisas. E todas elas ao mesmo tempo. Mas o sentimento que predomina em mim nesse momento é a felicidade. Acredito que nunca fiz algo tão grande em toda a minha vida e, agradeço ao destino, aos céus ou a sei-lá-o-que por ter colocado isso em meu caminho.
Espero voltar de lá diferente do que estou indo. Espero aprender, absorver, crescer..Espero voltar de lá sendo o mesmo, mas com o melhor do mesmo, o melhor de mim.

Que seja doce.

domingo, 1 de abril de 2012

Desafiando inquietações

Busquei novos oceanos, procurei por novos planetas. Descobri novas ruas no mapa, mas perdi o caminho tantas vezes e no final não cheguei a lugar algum. Fiz de tudo. Olhei para o céu tantas vezes tentando descobrir a hora certa, mas a realidade é que não descobri nada, a dúvida, as milhões de dúvidas continuavam permeando minha cabeça. Pensei, pensei tantas vezes em desistir que perdi a conta de quantas vezes o fracasso estendeu seus braços para mim e o maior desafio era continuar persistindo.

Fui até um rio e estava tão maluco e desnorteado que passei um dia inteiro tentando adivinhar quantos litros d'agua haviam ali. Pra que? Eu não sei...E acho que não vou saber nunca. A dúvida, a indecisão e tantas outras coisas que não são certas permanecem e, sem querer parecer exagerado ou até mesmo dramático; permanecerão para sempre. É um desafio que eu já perdi.

Outros absurdos foram feitos, ou melhor dizendo: tentei fazer outras coisas absurdas. Mas fracassei. Não porque tive medo, ou porque não desejava aquilo de verdade. Fracassei porque estava cansado. Quando me dei conta disso, pensei que havia chegado ao meu limite, porque pra mim, é assim, o limite de um homem é o cansaço, a desilusão. E não aquele cansaço, ou desilusão passageira, aquele cansaço e desilusão que não saem da sua cabeça, mesmo enquanto dormes e sonhas.

Não parei. Ainda queria fazer tantas coisas absurdas e minha mente não parava de pensar nelas um segundo sequer, era uma busca interna que eu não sabia quando terminaria. Enquanto pensava nos absurdos todos, percebi que eu não estava cansado, de fato. Eu só precisava exatamente daquilo que estava procurando: novos absurdos para serem colocados em prática.

sábado, 3 de março de 2012

Impulsionado pelo vázio

Faz algum tempo que eu não passo por este espaço, também faz algum tempo que eu não abro um caderno antigo que tenho e escrevo algumas coisas por lá. Não sei o motivo; há tantas ideias para serem contadas, tantos planos para serem planejados e trabalhados, tantos sonhos para transformar em realidade...Mas eu decidi que por enquanto, quero guardar tudo só pra mim.

Muitas vezes na vida nós queremos falar tudo, gritar tudo e pouco se importa com comentários alheios, mas a realidade é que esses comentários me afetam e eu decidi me poupar. Tenho feito coisas lindas, de quatro meses pra cá, posso afirmar que dei um salto que não esperava que fosse dar. E não sei se chamo isso de felicidade, transformação, ansiedade, angústia interna...Não sei mesmo.

Quando nós traçamos um meio de vida que queremos seguir, precisamos ter em mente que esse meio de vida precisa ser bom pra NÓS, em primeiro lugar. E quando isso acontece, todo o resto que vem incluso se torna mero detalhe. Por que? Porque estamos felizes. Imagine a seguinte situação: você resolve sair por aí e andar de bicicleta, até que em determinado momento do percurso, uma descida aparece e você não consegue frear, então vai descendo, tentando desviar dos obstáculos, faz de tudo pra chegar são e salvo ao final da descida. É dessa forma que me sinto agora, eu acho...

A vida é confusa (ou nós que fazemos ela assim). Eu sou confuso. E estou confuso. Mas isso não é novidade, eu só espero ter maturidade pra enxergar tudo, pra tentar entender tudo...Pra não me afogar num vázio.




Talvez você olhe pra mim e ache que eu não preciso mais de você, ache que eu estou bem e que pode ir embora. Mas volte. Volte e olhe direito e veja o quão necessária sua presença é na minha vida. Divida. Divida teu espaço, divida teu tempo e me dê um pedaço de cada divisão que você fizer; não precisa ser muito. Mas não se afaste de mim.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Necessidade

Como todas as folhas que se renovam, como todas as poças d'água que uma hora secam, como toda a sede que se mata. Tudo termina um dia, tudo se renova em um determinado momento da vida que não está programado, mas inevitavelmente vai acontecer uma hora ou outra.
Não há o que ser discutido, todas as transformações e coisas que outrora estavam presentes e agora não estão mais fazem parte da grande confusão da vida. É um crescimento puro e honesto. Não se trata de uma decisão, se trata de uma consequência.




Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas...
Que já têm a forma do nosso corpo...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares...

É o tempo da travessia...
E se não ousarmos fazê-la...
Teremos ficado para sempre...
À margem de nós mesmos...
(Fernando Pessoa)


E não esquecer de sonhar o que é impossível saber