sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Oração

E de repente tudo vai se encaixando. Percebo que estou menos dramático, menos impaciente e mais otimista. As dores já não parecem eternas e a solidão não é mais vista como algo ruim, tampouco como algo eterno. Estou olhando para frente. O passado só me acompanha no aprendizado que ele me proporcionou, não mais na dor. Canto para mim mesmo: "...é bonita, é bonita e é bonita". Sei que ainda vou cair de novo, mas não sinto medo. Sigo. Sigo para o que de melhor pode surgir em meu caminho.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Guardado

Às vezes sinto como se nossa vida fosse toda voltada para os outros. Nos vestimos (na maioria das vezes ) para agradar os outros, queremos estar aonde os outros estão, opinamos baseados na opinião dos outros e, principalmente: queremos ter um outro alguém pra amar. Mais perigoso que todas essas vontades e todos esses hábitos que, embora pareçam intrínsecos, não são, é crer que ter o outro é uma necessidade vital e, dessa forma, depositar todas as nossas esperanças e pretensões para o futuro em uma pessoa só.

Nossos relacionamentos são extremamente importantes e não devemos ignora-los. Precisamos de família, amigos, colegas de classe, trabalho: precisamos nos inserir em grupos sociais porque o sentimento de pertencimento é algo que nos completa. Mas não devemos ter aquela sensação de que só nos sentimos bem de verdade quando estamos em grupo, porque a felicidade é algo que vai além das interações sociais. A felicidade transcende qualquer contato físico, visual ou verbal. A felicidade permeia nossos horizontes todos os dias, a partir do momento em que nós acordamos e damos mais uma chance para a vida.

Pense quantas vezes já passamos a noite com amigos e, ao chegar em casa nos sentimos tristes depois de uma pseudo-alegria? Não que a alegria não possa ser compartilhada, pelo contrário; ela deve ser compartilhada. Mas só podemos transmiti-la quando ela vem de dentro pra fora. A felicidade só pode ser irradiada quando ela vem acompanhada de honestidade emocional. Não adianta parecer, tem que ser.

Que sejamos bobos e que essa felicidade também seja. Porque quando somos bobos, perdemos todas as nossas amarras e nos libertamos. Que a gente seja feliz por ser.

domingo, 14 de setembro de 2014

Inquietudes do amanhã

Quis ser mais rápido que o próprio tempo e colocar em prática, de uma vez só, tudo aquilo que eu sempre vislumbrei. Pulei etapas, briguei com todos e não ouvi ninguém: fui extremamente apressado por acreditar que o tempo determinava a intensidade das coisas quando, na verdade, o tempo é um mero coadjuvante em uma busca que não tem...Tempo. Tempo pra terminar, tempo pra começar. Se trata de algo involuntário.

Tudo o que acontece conosco é fruto de uma inquietação que é muito positiva. Reflexão e ação caminham juntos, mas nem sempre caminham no mesmo ritmo. Pular etapas reflexivas e agir pode ser um tanto quanto perigoso. E se o resultado não foi o esperado, não basta culpar o mundo, as pessoas, as circunstâncias: é necessário realizar um trabalho interno até encontrarmos o ponto em que falhamos, ou a etapa que pulamos. Refletir.

Não é uma tarefa fácil. Reflexão exige tempo, introspecção, exige que a gente aceite estar, por alguns momentos, sozinhos, na plenitude de nossa própria companhia. Exige que a gente enxergue (e aceite!) nossos erros, nossas qualidades e, acima de tudo, exige autoconhecimento. E o mais curioso de tudo isso é que não existem conclusões. O que a gente leva dessa experiência é um crescimento que muitas vezes não é percebido por aqueles que estão a nossa volta, mas, com certeza será percebido por nós.