quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Guardado

Às vezes sinto como se nossa vida fosse toda voltada para os outros. Nos vestimos (na maioria das vezes ) para agradar os outros, queremos estar aonde os outros estão, opinamos baseados na opinião dos outros e, principalmente: queremos ter um outro alguém pra amar. Mais perigoso que todas essas vontades e todos esses hábitos que, embora pareçam intrínsecos, não são, é crer que ter o outro é uma necessidade vital e, dessa forma, depositar todas as nossas esperanças e pretensões para o futuro em uma pessoa só.

Nossos relacionamentos são extremamente importantes e não devemos ignora-los. Precisamos de família, amigos, colegas de classe, trabalho: precisamos nos inserir em grupos sociais porque o sentimento de pertencimento é algo que nos completa. Mas não devemos ter aquela sensação de que só nos sentimos bem de verdade quando estamos em grupo, porque a felicidade é algo que vai além das interações sociais. A felicidade transcende qualquer contato físico, visual ou verbal. A felicidade permeia nossos horizontes todos os dias, a partir do momento em que nós acordamos e damos mais uma chance para a vida.

Pense quantas vezes já passamos a noite com amigos e, ao chegar em casa nos sentimos tristes depois de uma pseudo-alegria? Não que a alegria não possa ser compartilhada, pelo contrário; ela deve ser compartilhada. Mas só podemos transmiti-la quando ela vem de dentro pra fora. A felicidade só pode ser irradiada quando ela vem acompanhada de honestidade emocional. Não adianta parecer, tem que ser.

Que sejamos bobos e que essa felicidade também seja. Porque quando somos bobos, perdemos todas as nossas amarras e nos libertamos. Que a gente seja feliz por ser.

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