domingo, 19 de maio de 2013

Olhar para outro lado

Existem momentos da vida em que você sabe que precisa livrar-se de algumas coisas para ter outras coisas novas. Seja livrar-se porque essas coisas já não te acrescentam em nada, ou livrar-se simplesmente porque você está cansado de uma situação que chegou ao seu limite e, dali você sabe que não conseguirá extrair mais nada. Parece ser simples, mas não é. Livrar-se das coisas antigas exige desapego, coragem...Livrar-se das coisas antigas exige que você aceite matar uma parte de si para deixar uma nova parte nascer.

A princípio parece ser muito mais cômodo viver imerso a situações em que temos total controle, conversar com pessoas que (acreditamos) saber lidar e andar por terras já mapeadas. Mas qual é o ponto disso tudo? Viver dessa forma é estacionar a si no tempo e não permitir que outros pontos e visões e opiniões cheguem em nós.

E porque não pensar no tédio como justificativa pra essa mudança? Sim, se nós não saímos do nosso lugar, se não nos se permitimos sentir outras coisas e conhecer outros lados de nós mesmos que estavam em repouso (ou esperando para nascer), nossa vida perde toda a chama e o que resta são faíscas de momentos em que até pensamos, mas não fizemos a mudança.

Não se trata de esquecer das raízes, das memórias e dos sonhos antigos. Trata-se de permitir que o novo tenha espaço dentro das nossas vidas, de reconhecer que algumas coisas não mudam e, se isso nos causa qualquer tipo de sofrimento e atrapalha nossa vida, passou da hora de deixa-las para trás e surgir. Surgir com outras ideias, outras pessoas, outros sonhos...Surgir como uma outra pessoa que cansou de procrastinar a própria felicidade e finalmente decidiu seguir o novo fluxo da própria vida.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Constatação

Depois de tanto tempo eu finalmente consegui aceitar minha derrota. Não foi antes, agora também não é. E o futuro reserva o mesmo, eu sei disso. Persisti num caminho guiado apenas pelos meus sentimentos e emoções e foi difícil reconhecer que eu já entrei nessa batalha derrotado, mas a realidade é essa. Ninguém muda ninguém, ninguém muda por ninguém...As pessoas simplesmente mudam.

Mas disso tudo eu saio com o corpo leve e a mente tranquila. Entreguei o melhor de mim e deixei você ver o pior porque precisava de sua ajuda. Entreguei meu tempo e permiti que você guiasse todos os meus passos. Entreguei todo o sentimento que havia dentro de mim pra você, sem pensar. E não há arrependimento. Fui derrotado não por você, mas fui derrotado por essa avalanche de emoções que eu sinto cada vez que penso em você.

Não sei o que levar disso tudo pro meu futuro, ainda que a primeira vista a sensação mental seja de cansaço e desilusão. Mas dessa vez eu não serei dramático ao extremo, nem nada disso. Dessa vez é claro que eu fico triste, mas guardo comigo o que há de bom nesse sentimento. Guardo minha entrega, minha felicidade, guardo a coragem que eu tive de ir contra todas as opiniões contrárias e me deixar viver algo que eu nunca duvidei que, ao menos da minha parte fosse verdade.

É verdade que não te esqueci e acredito que não vou esquecer nunca...Mas agora eu me lembro de você sem arrependimentos. Eu sei o que fiz, só eu sei o quanto me fiz pra que você soubesse que sempre estive aqui. E talvez não tenha sido o suficiente, talvez não tenha sido recíproco. Mas não importa mais.
 Hoje, posso caminhar por aí com a certeza de que eu vivi exatamente o que achava que deveria viver, independentemente da sua resposta.

Te levo! Te levo nas lembranças mais verdadeiras dos momentos mais felizes que eu já vivenciei ao lado de outra pessoa. Te agradeço! E levanto a cabeça pra seguir em frente, sempre com um pedaço, um resquício de você em mim.

domingo, 5 de maio de 2013

Perfusões insaciáveis

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia"


Depois de tantos questionamentos, andanças, paranoias e dúvidas, acho que finalmente cheguei em algum lugar. Não sei ao certo se cheguei a conclusão que estava imaginando, mas afirmo que cheguei em algum lugar. Tenho certeza que essa foi apenas a primeira parada, de muitas que virão. A caminhada não termina quando chegamos ao nosso destino, na verdade ela nunca termina. Ela recomeça cada vez que o aprendizado chega até nós. E a sede de mais aprendizado nos faz colocar os pés outra vez na estrada e caminhar e caminhar pra...Sempre.

Acredito que não existe uma parada definitiva. O que acredito é que cada parada é necessária para que migremos rumo a novas empreitadas, rumo a novas descobertas e visões distintas do que até então era óbvio para olhos acomodados. Trata-se de um descontentamento que não nos leva ao abismo, ao contrário: um descontentamento que faz emergir o que há de mais arrebatador em nós mesmos. Algo que ainda não sabemos o que é, mas iremos busca-lo.

Talvez exista uma forma correta de fazer toda essa busca e percorrer todos os caminhos, mas o mais importante é o que se deve levar. Uma bagagem muito pesada tira nossa visão e nos carrega de ideias predeterminadas e até mesmo preconceitos. Abandonaremos tudo! Levaremos conosco nossa liberdade, nosso desapego e curiosidade, mas principalmente: levaremos conosco nossa inquietude.