domingo, 24 de julho de 2011

Prendendo-se e desprendendo-se: não deixo ir

Nesse exato momento eu não gostaria de estar onde estou, vivendo do jeito que estou. Não que quisesse me afastar das pessoas, mas queria me afastar de situações, lugares e também de algumas pessoas. Queria me afastar de sentimentos, também, mas esses, ah, esses são os mais difíceis de se desgrudarem.
Se torna uma sensação transitória e aprisionadora porque gera a dúvida se você deve ir ou deve ficar, porque existem motivos para as duas alternativas. Fazer um giro na vida e modificar tudo, tudo, sempre é uma alternativa a ser considerada, desprender-se faz parte e o despreendimento deveria se fazer ativo na vida. Ficar também possui seus prazeres, o maior deles acredito que sejam as pessoas que estão conosco, que amamos e nem sempre podem fazer aquele giro, ou não podem simplesmente acompanha-lo.

Em determinados momentos esqueço que minha vida é minha e penso que não preciso fazer nada baseado nas outras pessoas. Não é egoísmo, eu explico: eu não devo estudar naquela determinada faculdade porque meu amigo de infância vai estudar lá, eu devo estudar na faculdade que eu julgar ser melhor para o meu futuro. Mas é tão difícil não olhar, não lembrar e muitas vezes não querer estar perto de determinada pessoa e por isso, ir pelo mesmo caminho que ela. É algo que eu preciso trabalhar dentro de mim...
Eu não estou feliz com a minha vida em São Paulo, acho que quase nunca estive e desde pequeno vivo dizendo que iria mudar de cidade quando fosse mais velho e agora acho que estou ficando mais velho e cada vez mais perto de tomar essa decisão. E é difícil. É difícil crer que posso deixar para trás todas as pessoas queridas que tenho por aqui, todos os lugares, toda a parte boa da vida que eu tenho aqui, em busca de uma mudança arriscada. Mas eu lembro de ter dito no post no Rio que qualquer risco vale a pena por um momento de felicidade...E será que eu vou ser mesmo feliz em outra cidade?

São tentativas, são riscos e são saltos que a gente se permite dar para buscar algo maior que no momento, não enxergamos. É como atravessar o arco-íris só porque acreditamos que encontraremos um pote de ouro no final dele, mas e se o pote de ouro não existir? Talvez só o caminho, a travessia tenha sido válida. A coragem de atravessar o arco-íris é válida.
Eu estou tão confuso agora, com uma porção de ideias e ao mesmo tempo tão desanimado com tudo. Às vezes acho que preciso de um amor, mas eu já tenho um e sou impedido de vive-lo. Eu sinto, mas não posso viver, eu não posso te escrever aquela carta e eu não posso te dar aquele abraço. E isso dói tanto em mim...

A vida precisa girar. Nossas ideias, sonhos e metas precisam girar, precisam estar vivos sempre para que nossa chama interna de viver não se apague, porque rapaz, quando isso acontece, é o fim de tudo.

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