terça-feira, 19 de julho de 2011

Nada disso foi um erro

Ontem foi encerrada uma das aventuras mais loucas que eu tive na minha vida. E não digo louca no sentido extravagante da palavra, mas louca no sentido de inusitada e surpreendente. Eu fiz coisas que não imaginava que fosse fazer, eu senti coisas que imaginava ser incapaz de sentir, eu não tive medo de arriscar.
Fazer uma viagem sozinho para uma cidade em que eu pouco conhecia, com poucas pessoas conhecidas por perto e ainda ficar hospedado em um hostel, com mais sete pessoas dormindo no mesmo quarto que eu soou como uma loucura para os meus pais e alguns amigos, mas se isso é ser louco, que eu seja, então. Como dizem por aí, fui com a cara e com a coragem, em busca de algo que eu não sabia e ainda não sei direito o que é, mas eu estava, sim, atrás de alguma coisa. Eu estava atrás da felicidade, da liberdade, da despreocupação, do esquecimento e do risco. Digo que encontrei essas coisas nesses quatro dias em que estive no Rio. Foram dias de odisséia(coincidentemente, uma das baladas que eu fui lá se chamava Teatro Odisséia).

Desde pequeno que eu vislumbrava o Rio como uma cidade onde as pessoas eram mais felizes, mais acolhedoras, onde as pessoas viviam, de fato. Constatei que não era vislumbração boba de criança, é a realidade. Cruzei com pessoas que me ajudaram no caminho, fosse dando uma informação, ou puxando assunto comigo sem ao menos me conhecer. Isso raramente acontece em São Paulo, pelo contrário. As pessoas aqui estão cada vez mais apressadas e pouco se importando com problemas alheios. No Rio eu vivi outra coisa.
A magia daquela cidade, os lugares, as paisagens, as pessoas, TUDO ali me envolveu de tal forma que meu corpo estava pequeno para absorver tantas coisas. Eu não queria ter voltado pra São Paulo, ainda que aqui eu tenha coisas que gosto, sinto falta e necessidade de coisas diferentes. Detesto rotina, mesmos lugares e com as mesmas pessoas limitadas de sempre, detesto. Ter que voltar a conviver com isso é deprimente, mas ao mesmo tempo eu me sinto feliz por achar que eu não sou limitado. Eu me arrisquei.

Não posso passar esse post sem mencionar a sexta-feira que tive lá na Lapa, um dos lugares mais legais do Rio de Janeiro. As pessoas circulando livremente pelas ruas(poucos carros se arriscam a passar em meio aos milhares de pedestres) e os arcos iluminados fazem daquele lugar mágico. Fui em uma balada(ou noitada, como chamam por lá) que foi ótima, não sei se porque era a primeira vez que eu estava em uma balada, ou por causa das pessoas que estavam comigo (Thábata, obrigado por tudo!), ou sei lá porque. O que sei é que foi uma noite inesquecível, não haviam problemas, não havia TOC e não havia bipolaridade. E eu poderia ser quem eu quisesse, mas acima de tudo: eu poderia ser eu. E eu fui.

Também não posso deixar de mencionar a visita que eu fiz a CAL(Casa das Artes de Laranjeiras). Ter pisado lá fez com que eu revivesse uma história e um amor antigo com essa escola. Dos 13 aos 16 anos eu dizia que iria estudar lá e fazia muitos planos. Com o tempo, esses planos foram se dissolvendo, mas eu nunca perdi, de fato, a vontade de estudar lá. Com a visita, essa vontade só fez voltar ainda mais forte, ainda mais quando conversei com uma aluna que era do interior de São Paulo e "super apóia que eu vá pra lá!". Estudar na CAL é uma grande possibilidade na minha vida que, sinceramente, eu espero que se concretize, ainda que demore mais um pouquinho. Espero que o tempo e minhas vontades me levem ao meu caminho, independente de qual ele seja.

O sentimento que predomina agora é confuso. Saudade, nostalgia, felicidade, alegria...Não sei, vontade de voltar no tempo! Mas foi único e incrível exatamente do jeito que foi, com as partes boas e as não-tão-boas-assim e eu me sinto orgulhoso por ter me dado essa oportunidade, por ter tentado e por ter me arriscado. Qualquer risco vale a pena pra se ter um momento de felicidade na nossa vida.
Rio de Janeiro, eu amo você.


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