segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lupa do amanhã

Não haviam chuvas, nem trovões
Não havia tristeza e melancólia
Era apenas uma falta identificável
Um oco que não se preenchia

Misturado ao desespero do momento
Tudo era simbólico
A vida, inclusive
Era simbólica também

O abrir, o fechar
O nascer e o morrer
Não passavam de simbologia

Cortei florestas e pensei que
Estava pecando por não viver
E concretizei que era o momento

Que não havia porquê voltar atrás
Ou sucumbir a obstáculos imaginários
Era preciso florescer o quanto antes
Ou não haveria o amanhã


Ando me sentindo mais perdido que o normal. Não sei se é pela quantidade de coisas que eu tenho pra fazer, se é pela agonia de ter que esperar, ou pela falta de alguém, mas eu realmente ando me sentindo mais perdido. Não que eu ache isso totalmente ruim, ou fosse a primeira vez que me sinto dessa forma, mas é que cansa.
Parece que o tempo passa e algumas coisas sempre vão fazer falta. Um abraço que eu não ganho, um: "Oi-tudo-bem-só-queria-saber-como-você-está", ou até mesmo a presença. Ando perdido e carente, isso sim. Focalizar minhas energias aos estudos e coisas assim é a melhor coisa que eu posso fazer por mim agora, mas todos os dias, quando volto pra casa, penso que poderia ser diferente e já estou farto de ter que me bastar para tudo.
Quero me apoiar, quero ser apoio, quero ser solícito e solicitado. Quero acreditar outra vez nos nossos dálmatas e em coisas que serão feitas por pura preocupação, por puro amor. É muito cedo para acreditar em um para sempre, sempre solidão e mais cedo ainda para acreditar que o abraço e as recíprocas não chegarão até mim.

Um comentário:

  1. Apesar de um pouco triste, adorei este post, aliás gosto muito de te ler. Tu colocas um sentimento muito grande em teus textos e, te confesso ter a sensação de você ler pra mim.

    "Era apenas uma falta identificável
    [...]
    Era preciso florescer o quanto antes
    Ou não haveria o amanhã"

    Belo.

    Um beijoo'o grande.

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