terça-feira, 27 de setembro de 2011

Máscaras em uma cidade de desilusões

A estação havia mudado e uma estranha neblina pairava sobre aquela cidade. Era uma neblina estranha, diferente de todas que aqueles moradores já haviam presenciado. Embora fosse branca, era possível enxergar o que havia do outro lado, mas era impossível tocar, pegar, sentir. Apenas enxergar.

O clima ficou estranho, os moradores ficaram amedrontados porque estavam com medo de se sentirem ocos pelos resto de sua vida. Se apenas enxergarem, mas de serem impossibilitados de sentir, principalmente. Claro que havia outras coisas que eles gostariam de fazer e não podiam, mas o que mais lhes entrestecia era o fato de não poderem sentir. A neblina não passava.

Um desespero foi tomando conta de todos. Cartas foram enviadas, relações pessoas foram fortalecidas e terminadas, abraços eram mais longos, era perceptível que faziam tudo para sairem daquela sensação de oco que dominava seus corpos. De longe, pareciam pessoas normais. De perto, pessoas famintas por algum tipo de salvação, pedindo ajuda através de seus olhares e desejando sentir.

Dias, semanas e meses se passavam até que, finalmente a neblina havia ido embora. Sorrisos desabrochavam como girassóis nos rostos de todos, era uma eufória que comovia, se fosse vista de fora. Estavam felizes, unidos, parecia que nada iria os atingir novamente. Mas outra vez, quem se aproximasse poderia perceber as marcas deixadas pela neblina. Não eram pessoas completamente felizes, eram pessoas que disfarçavam seu sofrimento.

Um comentário:

  1. Sempre ficam marcas, sempre. Mas nos fortalecemos muito diante das neblinas que aparecem .Que permaneçam os sorrisos de girassóis, de margaridas e de flores perfumadas!!

    Um beijoo'o

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