sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Correndo atrás de mim

Olhei a minha volta e não vi nada além de um espelho que, obviamente, refletia a minha imagem e não refletia mais nada. Era uma sala vázia, não haviam móveis e não haviam outras pessoas, as únicas coisas que haviam naquela sala era eu e o espelho. Me dei conta de que estava só, pois não conseguia enxergar outra coisa além do meu reflexo. Queria, quis, mas não conseguia e não consegui.

Tentei até quando pude, até quando suportei. Gritei, chorei, mandei cartas, pombo-correio e sinais de fumaça, mas você não veio e eu permaneci sozinho. Senti que era o meu destino e que eu precisaria me acostumar (mais ainda) com a solidão, com o desapego e aprender a ser feliz dessa forma, quisesse eu, ou não. Eu não queria, era bem verdade, mas não estava sob meu controle. Não quiseram.

O que eu quero dizer com essas coisas que escrevi aí é exatamente isso: eu estou sozinho, sentindo como se sempre eu que tivesse que correr atrás das pessoas que eu amo e traze-las para perto de mim. Ninguém se dá ao trabalho de ir atrás de mim e perguntar como eu estou. A realidade é que estou cansando muito disso e tentando, de alguma forma dar um basta.

Eu vivi 18 anos da minha vida sozinho, aprendendo a fazer tudo sozinho e aprendendo até mesmo a me divertir sozinho, não vai ser agora, não vai ser hoje, nem amanhã que eu vou ser dependente de alguém para essas coisas. É triste? É. Ter uma vida solitária é muito triste e às vezes me pergunto o que fiz de errado, mas se humilhar para as pessoas é mais triste ainda.

Dói demais saber que eu não tenho a mesma importância para algumas pessoas, como elas tem pra mim, mas eu não posso obrigar (aliás, a gente não é obrigado a nada na nossa vida) ninguém a ter sentimentos recíprocos por mim, infelizmente. O que eu tenho mesmo que fazer é lidar com isso, encontrar formas de continuar sobrevivendo desse jeito: sozinho, sozinho, sozinho.

Não vou desistir de nada nesse momento e essa não-desistência é o melhor que eu posso oferecer para MIM, porque eu ainda acredito que posso ser feliz, mesmo que seja sozinho. Minha vontade era de gritar e implorar para que não me deixassem só, mas isso seria só mais uma forma de me humilhar. Eu não vou fazer nada e não vou tomar nenhuma medida preciptada, eu apenas vou continuar seguindo no meu caminho. Eu me recuso (temporariamente) a largar tudo para ir atrás de vocês, para viver coisas com vocês simplesmente porque eu os amo.


Tô resolvendo umas coisas aqui viu, esses negócios de sentimentos demonstrados demais meio que estraga. Tô aqui aprendendo que nem todos dão valor ao que você pode oferecer, e acabar demonstrando afeto demais começa a encher o saco, e eu digo tudo isso da minha parte. Chega de ligações, preocupações, sentimentos demonstrados aos extremos. Vou ficar mais relax mesmo, não quer me ligar, não liga, mas também não ligarei. Não quer me ver, não me veja, mas também não sairei que nem doida atrás de você pra saber se a gente vai se ver, que horas é o nosso encontro, não mais. É apenas um aviso que eu deixo bem simples: se quiser, me procura você. (C.F.A)

Ao som de: The Last Song - Tim Halperin

Nenhum comentário:

Postar um comentário