quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Memórias afortunadas

Após um dia difícil, decidi procurar qualquer coisa que me desse alguma esperança e algum motivo pra sorrir. Alguma coisa que me fizesse acreditar que a vida gira e que nunca seremos infelizes para sempre. Que as coisas mudam quando a gente menos espera, ou melhor: quando corremos atrás das mudanças. Mesmo cansado, fiz tudo o que estava ao meu alcance externamente e, apesar de todo o esforço, nada conseguia mudar a cor daquele dia e dar ares de alegria àquele momento difícil.

Foi então que precisei ir além. E acreditar naquilo que meus olhos não podem enxergar, mas que está guardado dentro de mim. Decidi me abastecer de memórias. Sim, memórias. Mas aquela memória que nos faz sentir saudades enormes de um tempo em que o nosso coração bateu mais forte e o sorriso desabrochava no rosto sem motivo aparente... E a gente era feliz porque a vida era leve.

E aí senti vontade de chorar. Me culpei por todas as vezes que reclamei da minha vida porque percebi que não tenho motivo algum pra reclamar. Me dei conta de que o que eu tenho de mais importante é uma força interior que não me abandona nunca, nem mesmo nos dias difíceis. Me senti afortunado não porque tudo estava perfeito; me senti afortunado porque tenho resiliência.

Depois que trouxe todas aquelas memórias, olhei a minha volta, refleti sobre a minha situação naquele momento e tudo ficou tão pequeno, sabe? Nossa força e aquilo que nós carregamos conosco de bom e, sobretudo, aquilo que nós emanamos para o mundo é maior e mais forte que qualquer intempérie da vida. Por isso não caímos. Quando tiver um dia difícil, ou achar que está vivendo um momento difícil, se abasteça de memórias.

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