domingo, 30 de outubro de 2011

Caleidoscópio

Era possível ouvir alguns barulhos estranhos que vinham de longe, mas não era possível identificar o que emitia esses sons. Pelo corredor, um vázio e uma mistura de cores que embaraçavam a minha visão, mas que não me impediam de caminhar. Os barulhos cessaram e o silêncio predominava naquele instante, graças ao silêncio, as cores estavam ainda mais vivas; era pura ilusão de pensamento.

Não sei se entrar naquele corredor repleto de diversidade e de silêncio seria a melhor escolha, nunca havia feito aquilo antes e tampouco sabia o que haveria no final dele. Parou, olhou novamente todas as cores e tentou decifra-las: o azul pode ser o céu, o verde pode ser a grama dos jardins, o vermelho pode ser proveniente de uma árvore frutífera...Mas não, nada naquele corredor era obvio como ele havia pensado inicialmente.

Olhou para trás. Se deparou com um vázio, não haviam cores, não havia nada. De fato, ele não tinha o que perder se entrasse no corredor, porque se ele retornasse, estaria sujeito ao tédio e ao marasmo. Decidiu entrar. Chocou-se inicialmente, pois o corredor possuia mais cores do que ele imaginava; seus olhos doíam. Abaixou-se por alguns minutos até desembaçar sua visão. Seguiu caminhando.

Quando deu por si, já estava praticamente no final do corredor, cumpriu mais do que o esperado. A primeira barreira era criar coragem para entrar no corredor. Ele conseguiu. A segunda era chegar ao final dele, mesmo que interrompesse sua caminhada, mesmo que pensasse em desistir, mesmo que demorasse toda sua vida; o importante era chegar ao final do corredor. E ele conseguiu. Atravessou a última linha com as últimas cores e se virou novamente para o corredor.

Com os olhos lacrimejando, observou todas as cores que haviam se misturado ao seu corpo enquanto ele passava por elas, observou todas as formas, observou tudo e se deu conta de que o encanto só termina quando as luzes se apagam. E elas não estavam apagadas, pelo contrário, estavam mais vivas do que nunca dentro daquele que criou coragem, que teve a audácia de ir em frente e buscar aquilo que acreditava que seria melhor pra si.

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