Nesse exato momento eu não gostaria de estar onde estou, vivendo do jeito que estou. Não que quisesse me afastar das pessoas, mas queria me afastar de situações, lugares e também de algumas pessoas. Queria me afastar de sentimentos, também, mas esses, ah, esses são os mais difíceis de se desgrudarem.
Se torna uma sensação transitória e aprisionadora porque gera a dúvida se você deve ir ou deve ficar, porque existem motivos para as duas alternativas. Fazer um giro na vida e modificar tudo, tudo, sempre é uma alternativa a ser considerada, desprender-se faz parte e o despreendimento deveria se fazer ativo na vida. Ficar também possui seus prazeres, o maior deles acredito que sejam as pessoas que estão conosco, que amamos e nem sempre podem fazer aquele giro, ou não podem simplesmente acompanha-lo.
Em determinados momentos esqueço que minha vida é minha e penso que não preciso fazer nada baseado nas outras pessoas. Não é egoísmo, eu explico: eu não devo estudar naquela determinada faculdade porque meu amigo de infância vai estudar lá, eu devo estudar na faculdade que eu julgar ser melhor para o meu futuro. Mas é tão difícil não olhar, não lembrar e muitas vezes não querer estar perto de determinada pessoa e por isso, ir pelo mesmo caminho que ela. É algo que eu preciso trabalhar dentro de mim...
Eu não estou feliz com a minha vida em São Paulo, acho que quase nunca estive e desde pequeno vivo dizendo que iria mudar de cidade quando fosse mais velho e agora acho que estou ficando mais velho e cada vez mais perto de tomar essa decisão. E é difícil. É difícil crer que posso deixar para trás todas as pessoas queridas que tenho por aqui, todos os lugares, toda a parte boa da vida que eu tenho aqui, em busca de uma mudança arriscada. Mas eu lembro de ter dito no post no Rio que qualquer risco vale a pena por um momento de felicidade...E será que eu vou ser mesmo feliz em outra cidade?
São tentativas, são riscos e são saltos que a gente se permite dar para buscar algo maior que no momento, não enxergamos. É como atravessar o arco-íris só porque acreditamos que encontraremos um pote de ouro no final dele, mas e se o pote de ouro não existir? Talvez só o caminho, a travessia tenha sido válida. A coragem de atravessar o arco-íris é válida.
Eu estou tão confuso agora, com uma porção de ideias e ao mesmo tempo tão desanimado com tudo. Às vezes acho que preciso de um amor, mas eu já tenho um e sou impedido de vive-lo. Eu sinto, mas não posso viver, eu não posso te escrever aquela carta e eu não posso te dar aquele abraço. E isso dói tanto em mim...
A vida precisa girar. Nossas ideias, sonhos e metas precisam girar, precisam estar vivos sempre para que nossa chama interna de viver não se apague, porque rapaz, quando isso acontece, é o fim de tudo.
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